Nossa, faz tempo mesmo que não escrevo aqui!
Estou sem inspiração e com tanta coisa na cabeça que não tenho conseguido organizar o pensamento e colocar tudo no "papel".
As vezes é como se o mundo fosse nos engolir com tanta informação, com tanta coisa para aprender...
Há alguns dias assisti o making of do filme "Olga" e durante as entrevistas, a atriz Camila Morgado disse uma coisa que tem muito a ver com o que sinto e sei que muitos também sentem. Ela disse mais ou menos assim: "Talvez seja difícil para muita gente hoje dia entender, mas nossa geração é cheia de informação e pouca FORMAÇÃO".
E sabe, eu concordo plenamente com ela, pois observo as pessoas da minha geração e percebo que poucas são aquelas que tem uma base cultural bem estruturada, com acesso a arte, literatura, música de qualidade, exposições, documentários, cinema, livros, viagens e uma infinidade de coisas que auxiliam na formação do caráter e da personalidade de cada indivíduo.
Noto que, até mesmo na faculdade, nós - a maioria - pouco temos de conhecimento sobre como funciona, basicamente, a sociedade em que vivemos, a política, economia e as estratégias de sobrevivência nesse mundo cão que é a "vida lá fora".
Com isso, não conseguimos interpretar de forma proveitosa o que é transmitido pelos professores, porque para associarmos nossas vivências ao que aprendemos é necessário ter experiências que auxiliem na absorção das coisas não-obvias.
Temos, também, uma certa preguiça em nos extender em alguns assuntos, sem "saco" para ficar pesquisando...está tudo tão a mão, tão fácil e ao mesmo tempo tão pouco interessante.
Estes dias fiquei pensando no quão difícil deve ter sido a vida das pessoas no passado, (sem esta facilidade toda que estamos acostumados hoje em dia) para estudar, se informar e construir um repertório de conhecimento, mas, ao mesmo tempo, concluí que deve ter sido muito mais instigante investigar e aprender coisas diferentes.
Quando os educadores dizem que nossa geração é preguiçosa, eu sinto que devo concordar, pois hoje em dia poucos são os que se aprofundam nos assuntos, tudo fica sempre superficial e talvez seja porque temos acesso a tantas coisas, que nosso tempo seja curto para apreciar qualquer uma delas com mais profundidade do que as pessoas que viveram em outros tempos e que por isso tem a paciência e o hábito de ir mais fundo nas coisas.
Um exemplo disso é a falta de interesse da maioria dos mais velhos com a tecnologia, e mais precisamente a internet, pois para eles deve ser mesmo difícil lidar com tanta coisa ao mesmo tempo e continuar sendo focado.
São hipóteses, mas fico apreensiva pq acho que o nosso futuro talvez acabe sendo pequeno e raso, pois uma geração pouco fundamentada em suas convicções e sem vivência, pode acabar tornando-se pouco inovadora e fraca ideologicamente.
E você, o que acha?