02/09/2008

Há tanto para tanto...

Há meses venho amadurecendo a idéia de criar um novo blog (este), mas está difícil organizar as idéias e transformá-las em texto.

Tem dias que tudo me parece simples e de fácil compreensão, chega até a subir à cabeça e fazer com que eu me sinta maior do que realmente sou. Soberba !
Contudo, muitas vezes me sinto vazia, como se não fosse dar conta do tanto que ainda tenho que aprender, que absorver, que refletir, que viver...
Parece que tudo que sei, que me ocupo, que me disponho e que me interesso é fútil, é menor.
Me sinto burra ! Me sinto menos... me sinto mal!

Pq será que sou tão contraditória?

Vivo de paixão e ódio. Me alimento de coisas intensas...não gosto do que é morno, do que é calmo e simples.
E me cobro...me cobro pelos livros que não li, pelas músicas que não ouvi, pelo dinheiro que não guardei, pela atitude que não tive e pelas pessoas que não "cultivei".

O mais engraçado é que nas rodas de amigos eu sou aquela que sempre dá um conselho, que tem alguma opinião, que coloca as cartas na mesa.

E o mundo cobra...
Cobra mais e sempre ...e a gente se sente fraca, sem cultura, sem rumo e sem destino.

Ontem mesmo, tive aula de Sociologia e a cada coisa nova que ouvia me sentia mais alienada. E não foi brincando que disse ao professor que ele estava acabando com meus sonhos infantis. Foi e é triste compreender a maldade e o interesse que está por trás de todas as ações de alguém. É asqueroso perceber que todos nós agimos de acordo com nossos interesses e simplesmente por causa deles que nos movemos.

É muito fácil falar e pensar como os outros, mas sentir e compreender a verdade de cada um é que nos faz sermos cada dia piores e menores do que deveríamos ser.


“Por acaso algum dia você se importou
Em saber se ela tinha vontade ou não
E se tinha e transou,você tem a certeza
De que foi uma coisa maior para dois
Você leu em seu rosto o gosto,o fogo,o gozo da festa
E deixou que ela visse em você
Toda a dor do infinito prazer
E se ela deseja e você não deseja
Você nega,alega cansaço ou vira de lado
Ou se deixa levar na rotina
Tal qual um menino tão só no antigo banheiro
Folheando as revistas,comendo a s figuras
As cores das fotos te dando a completa emoção
São pe rguntas tão tolas de uma pessoa
Não ligue,não ouça são pontos de interrogação...”

Ponto de Interrogação - Gonzaguinha

2 comentários:

Anderson Marin Lima disse...

Sabe, sempre somos movidos pr interesses Não vejo mau nisso. Mas há, sim, maus interesses. Quando pergunto a um rapaz ou a uma moça se quer que eu leve a mochila no ônibus, não significa que estou paquerando. É só uma gentileza, mas, quantos não o fazem com segundas intenções.

Temos, sim, que pensar em nossos interesses, mas, como nesse belo poema, temos que pensar nos outros. Todos temos vontades, interesses, desejos e sentimentos. Temos que nos respeitar, nos cativar, nos compreender e ceder.

E temos que sempre agir buscando a nossa felicidade, sem atrapalhar a vida dos outros.

Se todos os outros textos seguirem o nível desse, sem dúvida o blog será um sucesso!!!

bjão!

M. Valeriano disse...

Detesto quando destroem meu castelinho de areia, essa coisa de sobreviver em um mundo cão me faz sentir-me diversas vezes sem defesa.
Mas, a gente estufa o peito, respira fundo (mesmo com toda essa poluição), e continua na jornada. Aonde vamos parar? seiláeu.

Aqui tem muita inspiração!!vou te favoritar!
beijos.