22/09/2008

O admirável gado novo...






Este semestre estamos estudando Sociologia, mais precisamente Karl Marx, o capitalismo e os paradoxos que a sociedade "moderna" vivência...
Isso vem me fazendo ponderar sobre muitas coisas, tanto é que agora pouco vi um comercial que diz: "a beleza do original está na originalidade de sua beleza" e somando as duas coisas (o que estou aprendendo e a mensagem do comercial) pude perceber que sim, é notável que a cada dia estamos mais condicionados a acreditar naquilo que vemos e não naquilo que está por trás de cada fato, pessoa ou criação.

Há um paradoxo entre nossas ações e o que achamos ser a melhor atitude, visto que somos "adestrados" a acreditar no que parece claro e razoavelmente lógico. Contudo a nossa volta podemos e devemos observar que a vivência em sociedade nos faz iguais em muitos aspectos, mas muito singulares em outros tantos, pois até mesmo o que cada um recebe de informação é transformado em conhecimento de forma diferente devido às experiências vividas.


Enquanto somos compelidos a trabalhar para obter meios de sobrevivência ou somos induzidos a seguir padrões estipulados por uma sociedade hipócrita e alienada, estamos dispersos e pouco propensos a refletir sobre o que importa tanto ou ainda mais do que nosso pequeno mundinho individualista, o bem comum.


Quando Marx diz que "tudo que é sólido desmancha no ar", ele se refere a nossas crenças infantis sobre como as coisas são simples e lógicas, como 2+2 = 4.
Além do que, se as pessoas e as sociedades fossem tão livres quanto o capitalismo apregoa, as desigualdades não seriam tão escandalosas e as contradições encobertas de forma tão vil por aqueles que detém certo poder.

Portanto, a partir de agoooooora eu começo a concluir que a beleza do original, está na originalidade da sua beleza, pois tudo que é sólido desmancha no ar...rsrsrs




"...
Pras pessoas de alma bem pequena

Remoendo pequenos problemas
Querendo sempre aquilo que não têm

Pra quem vê a luz
Mas não ilumina suas minicertezas
Vive contando dinheiro
E não muda quando é lua cheia

Pra quem não sabe amar
Fica esperando
Alguém que caiba no seu sonho
Como varizes que vão aumentando
Como insetos em volta da lâmpada..."

Cazuza - Blues da Piedade

Um comentário:

Anderson Marin Lima disse...

E a fábriquinha social continua produzindo, regrando e moldando "cidadãos".. A liberdade é castrada. Temos deveres e responsabilidades em demasia. O respeito ao próximo é quase inexistente. O que deveria ser, não é, o que não deveria ser, é. Precisamos de uma lei para indicar lugares reservados para idosos e deficientes... Isso é insano! Não deveríamos precisar disso. Deveria ser natural um jovem dar o lugar para uma gestante.

E o que nos é colocado como belo? Quem disse que a beleza tem um padrão? Como alguém pode definir que algo é bonito ou necessário para nós mesmos, sendo que nem nos conhecem? É uma pseudo-democracia, uma pseudo-liberdade, em uma pseudo-sociedade que prega um pseudo-respeito entre os individuos... Individuos esses que a cada dia dão menos valor ao que é importante e a cada dia dá mais valor ao fútil, inútil e desnecessário...