19/06/2013

O que queremos?



Participei anteontem da manifestação na Praça da Sé e foi uma momento de reflexão muito grande acerca de tudo que vi estando lá e o que havia visto antes na mídia.

Para começar posso dizer que foi lindo ver que a mobilização social e todo o desejo de mudança que estava claro no rosto das pessoas.
Contudo é preciso observar que para mudar é preciso não só reclamar, mas sim propor ideias que possam ser executadas, assim como aconteceu com a exigência na revogação do valor das passagens.

Devemos perceber que existe uma grande diferença entre aderir a um protesto e fazer volume sem pensar e nem trazer nada de novo a ele.
E digo isto por ter visto que muitas pessoas estavam lá, mas encaravam a manifestação como um evento e não como uma causa importante.
Vi gente com cervejinha na mão pulando como se estivesse numa micareta, gritando indignada enquanto jogava a embalagem do que comia no chão e tirando foto com a multidão de fundo - numa espécie de Rock in Rio #EuFui .

Todo mundo quer ser o herói de uma geração, aquele que lutou e fez história, mas a pergunta é: COMO?

Este é o momento para nos engajarmos politicamente e conhecermos mais sobre como funciona nosso sistema. Falta maturidade e consciência política!
Estamos condicionados a levar as coisas na maciota, alienados num mar de informação, sem assimilar as ideias vindas de todos os lados.
Somos acostumados a ver, achar legal e compartilhar, tudo isso sem ir atrás de outras fontes e nem verificar a veracidade das informações.

É necessário mostrar a insatisfação? Sim! Mas também é importante saber sobre o que se fala para então propor mudanças argumentando e trazendo transformações de verdade.

Gritar contra a corrupção ou a favor da educação, segurança, transporte e saúde é louvável, mas o mais legal é poder chegar e dizer que é contra a PEC 37, que exige a condenação dos culpados pelo mensalão, o fim do foro privilegiado e a aprovação do projeto que criminaliza a corrupção.

Fora isso podemos sair às ruas para apoiar as súplicas de professores, policiais e médicos que sonham em ter melhores condições de trabalho, a começar pelos salários.

O que não dá é para sair bradando contra tudo ao mesmo tempo e assim descaracterizar o significado de cada manifestação que houver.

Não desmereço aqui a presteza e a colaboração de todas as pessoas que se dispuseram a sair às ruas para tentar mudar alguma coisa, mas só espero que nada disso seja em vão.

Afinal, o que queremos?
Ser a capa do jornal do dia seguinte ou a matéria digna dos livros de história?


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