28/09/2011

A incoveniência dos que convivem




Na vida a gente conhece diversos tipos de pessoas.
Das grudentas às displicentes, das machistas às mal amadas, das super felizes às mal humoradas.
Porém, dentre todas, as que fazem a linha *Ronaldo Ésper, são as mais desagradáveis.

Estas criaturas parecem ter prazer em criticar tudo a sua volta, dando lições de moral e colocando defeitos em todas as expectativas e realizações dos que estão ao seu redor.
E, é claro, elas tem sempre aquele ar de deboche e superioridade.

Dos inúmeros exemplos a serem citados, temos:

- Aquele que ao responder uma dúvida vira os olhos e solta um risinho cínico, ao estilo **Valéria Vasques.

- Aquele que menospreza qualquer programa entre amigos por achar que não está em seu nível.

- Aquele que zomba de todas as religiões e opções alheias, mas sequer sabe o significado da palavra respeito.

- Aquele que comparece aos lugares, mas fica sempre com aquele ar "blasé", de quem reprova tudo e todos.

- Aquele que para qualquer assunto tem sempre uma crítica pseudo-intelectual, que obviamente, faz todo mundo perder o foco e ficar com cara de idiota.

- Aquele que fica te dizendo o que você pode ou não fazer, julgando seus atos e apontando os erros que ELE acha que você cometeu.

- Aquele que sempre vê o quanto os problemas DOS OUTROS são fáceis de resolver, mas que não consegue ao menos tomar as rédeas de sua própria vida.

Enfim, essas pessoas adoram dar uma agulhada nos outros, cutucar suas feridas e ficar espezinhando para ver até onde vai o limite alheio.

São os famosos politicamente corretos da vida. Aquele povo dono da verdade, que acha que sob seu comando o mundo seria um lugar infinitamente melhor e que lá no fundinho acredita que uma boa dose de totalitarismo faria bem a humanidade.

No final das contas, o que parece é que essas pobres almas precisam se auto afirmar o tempo todo, para que seu ego se infle de confiança e elas possam voltar a viver no mundo ilusório que criaram, onde os medíocres estão sempre a espera de uma sábia elucidação sua.










(*) Ronaldo Ésper: Estilista conhecido por desenhar vestidos de noivas e por fazer ácidas críticas sobre famosos num programa de TV.

(**) Valéria Vasques: Personagem, vivido pelo ator Rodrigo Sant'anna no programa Zorra Total, que faz pouco caso de quem acha inferior e faz questão de deixar claro o que pensa, de forma grotesca e esnobe.

05/09/2011

Iniciativa e Acabativa



Isto é um teste de personalidade que poderá alterar a sua vida. Portanto, preste muita atenção.

Iniciativa é a capacidade que todos nós temos de criar, iniciar projetos e conceber novas idéias.
Algumas pessoas têm muita iniciativa e outras têm pouca.

Acabativa, é um neologismo que significa a capacidade que algumas pessoas possuem de terminar aquilo que iniciaram ou concluir o que outros começaram. É a capacidade de colocar em prática uma idéia e levá-la até o fim.

Os seres humanos podem ser divididos em três grupos, dependendo do grau de iniciativa e acabativa de cada um: os empreendedores, os iniciativos e os acabativos - sem contar os burocratas.

* Empreendedores são aqueles que têm iniciativa e acabativa. Um seleto grupo que não se contenta em ficar na idéia e vai a campo implantá-la.

* Iniciativos são criativos, têm mil idéias, mas abominam a rotina necessária para colocá-las em prática. São filósofos, cientistas, professores, intelectuais e a maioria dos economistas. São famosas as histórias de economistas que nunca assinaram uma promissória. Acabativa é o ponto fraco desse grupo.

* Acabativos são aqueles que gostam de implantar projetos. Sua atenção vai mais para o detalhe do que para a teoria. Não se preocupam com o imenso tédio da repetição do dia-a-dia e não desanimam com as inúmeras frustrações da implantação. Nesse grupo está a maioria dos executivos, empresários, administradores e engenheiros.

Essa singela classificação explica muitas das contradições do mundo moderno.

Empresários descobrem rapidamente que ficar implantando suas próprias idéias é coisa de empreendedor egoísta. Limita o crescimento. Existem mais pessoas com excelentes idéias do que pessoas capazes de implantá-las. É por isso que empresários ficam ricos e intelectuais, professores - entre os quais me incluo - morrem pobres.

Se Bill Gates tivesse se restringido a implantar suas próprias idéias teria parado no Visual Basic. Ele fez fortuna porque foi hábil em implantar as idéias dos outros -dizem as más línguas que até copiou algumas.

Essa classificação explica porque intelectual normalmente odeia empresário, e vice-versa. Há uma enorme injustiça na medida em que os lucros fluem para quem implantou uma idéia, e não para quem a teve. Uma idéia somente no papel é letra morta, inútil para a sociedade como um todo.

Um dos problemas do Brasil é justamente a eterna predominância, em cargos de ministérios, de professores brilhantes e com iniciativa, mas com pouca ou nenhuma acabativa. Para o Brasil começar a dar certo, precisamos procurar valorizar mais os brasileiros com a capacidade de implantar nossas idéias. Tendemos a encarar o acabativo, o administrador, o executivo, o empresário como sendo parte do problema, quando na realidade eles são parte da solução.

Iniciativo almeja ser famoso, acabativo quer ser útil.

Mas a verdade é que a maioria dos intelectuais e iniciativos não tem o estômago para devotar uma vida inteira para fazer dia após dia, digamos bicicletas. O iniciativo vive mudando, testando, procurando coisas novas, e acaba tendo uma vida muito mais rica, mesmo que seja menos rentável.

Por isso, a esquerda intelectual e a direita neoliberal conviverão as turras, quando deveriam unir-se.

Se você tem iniciativa mas não tem acabativa, faça correndo um curso de administração ou tenha como sócio um acabativo. Há um ditado chinês, "Quem sabe e não faz, no fundo, não sabe" - muito apropriado para os dias de hoje.

Se você tem acabativa mas não tem iniciativa, faça um curso de criatividade, estude um pouco de teoria. Empresário que se vangloria de nunca ter estudado não serve de modelo. No fundo, a esquerda precisa da acabativa da direita, e a direita precisa das iniciativas da esquerda. Finalmente, se você não tem iniciativa nem tampouco acabativa, só podemos lhe dizer uma coisa: meus pêsames.

Stephen Kanitz é administrador por Harvard (www.kanitz.com.br)

(Editora Abril, Revista Veja, edição 1572, ano 31, nº 45, 11 de novembro de 1998, página 22)

Construindo laços



Existem momentos na vida que tudo que desejamos é sermos bem aceitos, benquistos, quiçá admirados. Contudo, é exatamente nesses momentos que o bom senso deve prevalecer e nos ajudar a policiar nossas atitudes para não nos tornarmos inconvenientes.

Imagine a seguinte situação:

Você acaba de iniciar um romance com um homem que é a sua cara. Tem os mesmos gostos, é divertido, vocês batem aquele papo gostoso, se dão bem fisicamente... Enfim, é por ele que você anda flutuando.
Daí, um dia ele te leva para um programa com os amigos dele pela primeira vez, e você, na ânsia de promover sua simpatia, charme e beleza, enfia o pé na jaca e já chega dançando, chamando todo mundo por apelidinhos, contando mil histórias, se intrometendo nas conversas, pegando, cutucando e abraçando geral e, é claro, marcando território e dando foras em todas as mulheres amigas do cara.
Pronto! Está feita a imagem de louca, espalhafatosa e chata mediante a galera do cara.

Afinal, intimidade é coisa que se conquista com o tempo. Não adianta forçar!
Do contrário fica "over" e pode ser extremamente constrangedor.

Outra situação é aquela em que tentando ser engraçados, passamos dos limites.
Tal como quando seu amigo acaba de terminar um casamento, está extremamente fragilizado e mal pode ouvir falar em relacionamentos amorosos que já descamba a chorar.
Então você, do alto de sua sabedoria humorística, resolve lançar piadinhas sobre as agruras do casamento ou ficar relembrando de fatos que marcaram a vida dele com a ex.
Não satisfeito com as gafes, você resolve convidá-lo para sair de casa, a fim de se divertir um pouco, distrair a cabeça e relaxar. Mas você, o espertão, o convida para um jantar na casa de amigos onde todos os demais estarão acompanhados e devidamente apaixonados.
Parabéns! Você acaba de ser promovido a idiota tamanho família.

Ok! Você falou e fez o que fez no intuito de levantar a bola de seu amigo, mas será que em algum momento pensou que, aos olhos dele, suas atitudes poderiam denotar que você não tem o mínimo de solidariedade, de noção de amizade e de senso crítico?

Na realidade, seja qual for o laço que tivermos com alguém, é preciso um certo distanciamento, no sentido de perceber até onde podemos ir. Afinal, nem todo mundo gosta de gente hiper-mega-power animada ou de gente que fala e faz coisas sem se preocupar com os sentimentos alheios.