05/09/2011

Construindo laços



Existem momentos na vida que tudo que desejamos é sermos bem aceitos, benquistos, quiçá admirados. Contudo, é exatamente nesses momentos que o bom senso deve prevalecer e nos ajudar a policiar nossas atitudes para não nos tornarmos inconvenientes.

Imagine a seguinte situação:

Você acaba de iniciar um romance com um homem que é a sua cara. Tem os mesmos gostos, é divertido, vocês batem aquele papo gostoso, se dão bem fisicamente... Enfim, é por ele que você anda flutuando.
Daí, um dia ele te leva para um programa com os amigos dele pela primeira vez, e você, na ânsia de promover sua simpatia, charme e beleza, enfia o pé na jaca e já chega dançando, chamando todo mundo por apelidinhos, contando mil histórias, se intrometendo nas conversas, pegando, cutucando e abraçando geral e, é claro, marcando território e dando foras em todas as mulheres amigas do cara.
Pronto! Está feita a imagem de louca, espalhafatosa e chata mediante a galera do cara.

Afinal, intimidade é coisa que se conquista com o tempo. Não adianta forçar!
Do contrário fica "over" e pode ser extremamente constrangedor.

Outra situação é aquela em que tentando ser engraçados, passamos dos limites.
Tal como quando seu amigo acaba de terminar um casamento, está extremamente fragilizado e mal pode ouvir falar em relacionamentos amorosos que já descamba a chorar.
Então você, do alto de sua sabedoria humorística, resolve lançar piadinhas sobre as agruras do casamento ou ficar relembrando de fatos que marcaram a vida dele com a ex.
Não satisfeito com as gafes, você resolve convidá-lo para sair de casa, a fim de se divertir um pouco, distrair a cabeça e relaxar. Mas você, o espertão, o convida para um jantar na casa de amigos onde todos os demais estarão acompanhados e devidamente apaixonados.
Parabéns! Você acaba de ser promovido a idiota tamanho família.

Ok! Você falou e fez o que fez no intuito de levantar a bola de seu amigo, mas será que em algum momento pensou que, aos olhos dele, suas atitudes poderiam denotar que você não tem o mínimo de solidariedade, de noção de amizade e de senso crítico?

Na realidade, seja qual for o laço que tivermos com alguém, é preciso um certo distanciamento, no sentido de perceber até onde podemos ir. Afinal, nem todo mundo gosta de gente hiper-mega-power animada ou de gente que fala e faz coisas sem se preocupar com os sentimentos alheios.

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