26/10/2008

A robotização do proletariado como símbolo do Capitalismo

(Resenha do filme Tempos Modernos de Charles Chaplin )


Logo início do filme “Tempos Modernos”, onde visualizamos um grande número de pessoas andando num mesmo sentido - de maneira uniforme, podemos observar a utilização da grande massa como meio maior de propagação do capitalismo, indicando que havendo uma robotização do modo como as pessoas enxergam os processos em que vivem se torna mais fácil à execução de estratégias sociais e econômicas, por parte da burguesia, gerando assim a alienação em que as sociedades modernas estão acostumadas a viver.

A alienação profissional a que o personagem de Chaplin é submetido nos revela o quanto somos cobrados pela unidade e produtividade, ao passo que a classe patronal, muitas vezes, se diverte enquanto observa se os resultados esperados estão sendo cumpridos e onde mais é possível “enxugar” para poder produzir e gerar mais e mais resultados, colocando seus interesses em primeiro plano, em detrimento do bem estar social.
Aliada a isso, a falsa idéia de liberdade e controle que temos sobre nossas escolhas, nos faz ter a impressão de igualdade entre todos, o que na verdade não passa de mera ilusão, visto que não podemos nos apropriar da riqueza que produzimos, nem de opinar sobre nossas condições de trabalho (vide horários, funções e formas de produção) e muito menos de obter os valores de uso à que tanto lutamos para obter.

A questão central do filme mostra-se justamente na idéia de que o proletariado é usado como se fosse parte de uma máquina, onde sequer tem o direito de pensar sobre o que está fazendo e para onde vai aquilo que produz, sendo que a exploração de sua força de trabalho lhe faz praticamente parte da máquina que opera, chegando mesmo a exaustão.
Toda essa automatização faz com que o homem perca a noção de vida real, colocando sua integridade física e psíquica em risco, enquanto o proprietário da indústria não lhe dá nem o direito ao descanso, considerando que isso causa prejuízos e é perda de tempo, inclusive tentando utilizar-se de tecnologias cada vez mais avançadas para manter seus funcionários ocupados, mesmo enquanto comem.

A produção em grande escala e a utilização da mão de obra se torna tão mecânica que o funcionário passa a produzir e repetir os processos de forma ininterrupta, causando um estresse mental a ponto de ser enviado a um sanatório.
Quando se recupera, ele tentar voltar ao antigo emprego e verifica que este não existe mais, sentindo-se perdido, ele vaga pelas ruas e em meio a uma manifestação acaba sendo confundido como líder grevista, o que foi prontamente classificado como um avilte à burguesia e prontamente rejeitado, e vai preso.

Essa forma brutal e compulsiva de não permitir que as pessoas tenham direito a escolhas ou que achem que tem, produz alguns dos efeitos que vemos todos os dias em mais e mais lugares... desemprego, fome, miséria e loucura.
Àqueles que se rebelam e tentam fugir dessa padronização, restam a marginalidade, a exclusão e/ou a mais completa solidão.

18/10/2008

Eu "Ouvo"



Eu sempre gostei muito de música e isso, algumas vezes, já me trouxe alguns aborrecimentos, pois muita gente não consegue entender como uma pessoa consegue gostar de diversos estilos musicais, sem se enquadrar no perfil modinha de "Ai, eu sou eclético" e nisso ficam questinando como eu posso ouvir Sandy & Junior, Calypso, Britney Spears, Ivete Sanaglo, Maria Bethania, Lenine, Gonzaguinha e Cazuza, tudo numa mesma tarde.

Mas ai eu pergunto: QUAL O PROBLEMA?

Na verdade, posso dizer que gosto de algumas músicas de diversos estilos, isso sim seria mais fiel ao meu modo de me conectar à música.

Não gosto de me sentir obrigada gostar de apenas um artista, (Pq vamos combinar que o Cult hj é determinar seu gosto por um tipo de artista e se fechar para todo resto) se há tantas boas coisas e ótimas letras em outros estilos e sons, aliás o real é que muitas vezes uma música não diz absolutamente nada de aproveitável em sua letra, mas a batida, o som e a "pegada" me conquistam.

Acredito que tudo na vida da gente é o momento e isso serve muito para as canções, pois as emoções que sentimos ao ouvir uma música que nos lembra algo ou alguém nos remete ao prazer de sentir novamente a emoção de um momento alegre, triste, romantico, dramático...

Como já diria Lulu Santos: "...Vamos nos permitir..."


14/10/2008

Oração do jornalista



"Deus não deixe eu chegar atrasado à redação.
Que eu possa Senhor cumprir minha pauta, conseguindo informações corretas e úteis, sem aparecer mais que o entrevistado.
Que eu consiga uma boa fotografia.
Que a câmera filmadora não falhe e o motorista esteja disponível.
Senhor, tomara que a internet não saia do ar e que o meu editor não esteja de mau-humor.

Peço-lhe Senhor, muita paz e tranqüilidade durante a entrevista e discernimento para fazer a matéria justa e bem elaborada.
Que o tempo seja suficiente para cumprir a outra pauta que me aguarda, logo em seguida, do outro lado da cidade.
E que o meu trabalho contribua para diminuir a desigualdade social, e ajude a melhorar a qualidade de vida do planeta.
Que eu entregue tudo a tempo e não sofra nenhuma agressão.
Ou pior, seja alvo de uma bala perdida, virando notícia.

Que a matéria seja simples sem ser simplista.
Que não seja prolixa e sim criativa.
Que eu não cometa nenhum erro de português, Senhor, para não ser massacrado pelos colegas.
Principalmente Senhor, que eu não caia no pescoção... que possa pagar minhas contas com esse salário e que nenhum jabá me seduza.
E, finalmente, meu Deus, me ajude para que eu possa entregar tudo revisado e no prazo do dead line.
Assim seja!"

07/10/2008

Qual é?


As vezes fico pensando em pq será que temos sempre a obrigação de sermos mais antenados, mais intelectuais, mais pró-ativos, mais cheios de especializações, mais bonitos, mais charmosos, mais simpáticos, mais mais mais...

Vc já parou pra pensar na quantidade de cobranças que recebemos?

Você tem que estudar...
Você tem que trabalhar...
Você tem que ser culto...
Você tem que ler...
Você tem que cuidar do meio ambiente...
Você tem que ser paciente...
Você tem que malhar...
Você tem que usar salto...
Você tem que se maquiar...
Você tem que namorar/casar...
Você tem que ser magro...
Você tem que saber onde se usa a porra da crase...


Ando cansada do "policamente correto"! De TER que fazer e responder aquilo que os outros (leia-se: chefes, professores, gente com mais dinheiro, família, namorado...) querem.

Olho a minha volta e vejo o quanto tem gente alienada e burra se dando bem na vida e sendo feliz assim.
Muitas vezes sinto um misto de vontade e vergonha em falar: NÃO TENHO OPINIÃO FORMADA SOBRE ISSO!

Será que estamos fadados a eterna insatisfação, a insegurança, a busca?
Até que ponto os esforços são recompensados, quiçá reconhecidos?

PS: Sem essa de que todo conhecimento adquirido serve para você e não para os outros... eu tb. acho isso lindo, mas SÓ isso NÃO ME SUSTENTA, NÃO ME DÁ DINHEIRO, NÃO ME AJUDA A TER GRANA PARA PAGAR AS CONTAS AO FINAL DO MÊS.
Minha cabeça está um nó, acho que a rebeldia da adolescência está batendo agora.

"Cada um chama de claras as idéias que estão no mesmo grau de confusão que as suas próprias" Proust

02/10/2008

Ritmooooooo, é ritmo de festaaaaaaa!!!

Clique na imagem para ver em tamanho "natural"...


Surrupiado na maior cara de pau do TÔ SORTO.