06/08/2011

A mexicanização da namoradinha do Brasil



Há tempos tenho observado o modo histérico com que algumas mulheres são retratadas em nossa teledramaturgia, contudo de algumas novelas para cá a incidência desse tipo de personagem vem se tornando tão frequente que chego me irritar com a quantidade de ilustres desequilibradas, ansiosas e impulsivas.

No momento, o que mais me intriga é por que cargas d´água a Regina Duarte precisa tanto fazer caras, bocas, gestos e trejeitos? Será que já não basta o ridículo torcicolo que a faz pender a cabeça toda vez que algo não vai bem com a personagem que está interpretando?

Nossa! É impossível assistir à novela "O Astro" sem se irritar com a maneira charlatanesca com a Regina vem conduzindo sua personagem.
É um tal de fechar os olhos e fazer aquela cara de louca quando está com raiva, torcer o pescoço para parecer magoadinha, ou ainda andar se esgueirando feito uma cobra para mostrar superioridade sobre outros personagens.

Isso faz parte mesmo da interpretação?
O que me parece é que há várias novelas vejo sempre a mesma personagem, com apenas nomes trocados.

Cadê aquele talento de só pelo olhar mostrar todo ódio que sente ou ainda mostrar irritação e descontrole sem fazer biquinho ou encher as bochechas de ar?

Fico aqui pensando, será que antigamente o nível de atuação memorável era esse ou hoje nós é que estamos acostumados com uma padrão onde as sutilezas são mais apreciadas do que a enorme falta de delicadeza da tal namoradinha do Brasil?

Parece atriz de novela mexicana, com aqueles dramas enoooooooormes e suas "canastrices" peculiares.

Talvez uma solução viável para a intérprete de Clô Hayalla seja viver uma grande e inescrupulosa vilã em outro folhetim. Com direito à dureza de postura e menos melodramas "Helenísticos".

Um comentário:

TONY GOES disse...

Acho que a Regina não está dando conta do recado. Ela é boa atriz, mas passa uma vulnerabilidade que a personagem Clô Hayalla não tem. Na primeira versão de "O Astro", ela era feita por Tereza Rachel, uma atriz com uma presença muito forte.

No mais, acho que esse remake está todinho mais "mexicano", com muitas caras e bocas exageradas. O texto pede isso. Hoje em dia nos habituamos a um único jeito de fazer novela, o naturalista, mas elas vêm em muitos formatos e sabores diferentes.