26/05/2011

Uma pergunta

Por que é que eu tenho que ter todas as respostas?

17/05/2011

Beleza para cama, mesa, banho e "otras cositas mas"



Estava vendo o dvd da Ivete Sangalo no Madison Square Garden e me deparei com a bela imagem de Seu Jorge vestido num elegante terno cinza, com um óculos daqueles bem estilosos e pensei: "Taí, eu pegava!".
Nesse momento então, me lembrei do quanto já considerei ele, digamos que, estranho.

Refletindo sobre isso pensei em quantas vezes a gente olha uma pessoa e num primeiro momento, fala: "Oh coisa feia!".
Pode até parecer um tanto pretencioso rotular os outros como feios ou bonitos, mas o mais impressionante é perceber como uma roupa, um gesto, um gingado, uma voz, uma atitude ou uma característica pessoal qualquer pode transformar completamente nossa percepção e nos fazer olhar alguém com outros olhos.

Muito já foi pesquisado sobre os poderes afrodisíacos da simpatia, do charme, do caráter ou da forma de olhar das pessoas e a cada dia mais eu constato que sim, uma pessoa que não se enquadra em nossos estereótipos de beleza, pode se tornar atraente com o passar do tempo ou com uma segunda chance de observação.

No final das contas, a gente se produz, compra roupa nova, faz de tudo pra ganhar dinheiro, dá uma bela cruzada de pernas... e uma coisinha simples, como um olhar ou o jeito diferente de dançar, acaba atraindo e conquistando as pessoas ao nosso redor.

E vc, sabe o que te faz encantar as pessoas?

11/05/2011

Ainda sobre o uso das palavras

Após alguns dias pensando sobre o que escrevi no texto sobre a banalização de termos da saúde mental, me veio à cabeça que algumas pessoas podem confundir meu ponto de vista com falta de comprometimento em analisar as queixas alheias. Como se eu achasse que todo mundo que reclama ou pede ajuda é leviano.
Contudo, o que critico é o uso indiscriminado das palavras para designar uma situação.

Durante quatros anos de faculdade fui chamada a observar o poder que uma palavra mal colocada pode ter sobre qualquer situação, daí que há dois anos trabalhando como Agente Comunitária de Saúde percebi que além da mídia, muitas pessoas - pacientes e profissionais da área - fazem mau uso das palavras e com isso podem estigmatizar alguém pelo "simples" fato de ter usado a palavra errada, na situação errada.

Acredito que podemos e devemos sim ter condescendência com aqueles que falam coisas por não saber se colocar de outra forma. O que não podemos é nos furtar ao dever de esclarecer ao outro aquilo que sabemos, pois só assim será possível ajudá-lo a aprender a se colocar melhor e evoluir culturalmente.

04/05/2011

Palavra e Poder: Vc sabe usar?




Às vezes fico pensando no quanto alguns termos, inicialmente utilizados apenas por profissionais de saúde mental, estão sendo colocados de forma leviana.

É tão banal hoje em dia se falar em depressão a qualquer sinal de tristeza ou descontentamento, reclamar de uma suposta bipolaridade quando alguém tem oscilações de humor, dizer que uma criança sofre bullying ao menor sinal de um "chato, feio, bobo" ou até mesmo associar um fato criminoso como obra de um psicopata.

Na verdade, o que não se discute é como alguém que não estudou ou tentou se aprofundar num assunto tão complexo quanto a saúde mental, enquanto desfila seu repertório de "diagnósticos" equivocados, pode acrescentar algo de novo ou realmente ajudar o indivíduo que está em sofrimento.

É uma temeridade observar que a sociedade, com o advento da internet, tenha intensificado os "achismos" e feito de qualquer diferença uma doença, que precisa de cura ou tratamento.

Além disso, é impressionante ver também que a qualquer sinal de conflito são indicados psiquiatras ou psicólogos para "resolver" os problemas que não conseguimos solucionar, como se o profissional pudesse ter o poder de descobrir a fórmula mágica que dará fim a qualquer adversidade cotidiana ou como se o uso de remédios e psicoterapia, por si só, seja capaz de solucionar as mazelas individuais e coletivas.

Há que se conscientizar - e isso eu ainda não sei como fazer - sobre o empoderamento e a responsabilidadede de cada um sobre o que o cerca e suas ações, que com certeza, despertarão reações e consequências.


Suzana Matias