03/04/2011

O sublime direito a diferença


Inicio este texto com dois trechos da matéria "Preconceito - o meu, o seu, o nosso", publicada neste mês na revista Claudia.

"Sim, eu tenho preconceitos. E você também.
É difícil aceitar que somos politicamente incorretos e que em algum nível há uma intolerância gratuita que insistimos em cultivar. "Não há ninguém sem preconceitos, e a pior armadilha é imaginar que você não tem", diz o filósofo Mario Sergio Cortella. Na visão dele, agimos mal toda vez que rejeitamos uma ideia apressadamente ou aderimos a ela sem antes conhecê-la de fato.
Duas grandes força estão por trás disso: a fragilidade de raciocínio e a arrogância tola, que não compreende a diversidade humana."

"Cortella acredita ainda que, a vida é feita de escolhas e assim, sempre haverá julgamento. " MAS, O JULGAMENTO PRECISA SER EMBASADO EM CRÍTICA. OLHAR O OUTRO BASEADO NO ESTERIÓTIPO REVELA COMODISMO, PREGUIÇA DE PENSAR E IMPEDE QUE SEJAMOS SURPREENDIDOS PELAS VANTAGENS DA DIFERENÇA."


Depois de ler a matéria fiquei pensando sobre o tema e concluí que o que me surpreende é que muitas pessoas não percebem que mascarar ou camuflar o preconceito é completamente diferente de inibir a exposição do que há de pior em nós, A INTOLERÂNCIA A DIFERENÇA.

Por isso, muitos dos que defendem a exposição agressiva do seu modo de pensar dizem que aqueles que tentam manter o bom senso e renegam seus piores instintos, são hipócritas. Porém, estes mesmos se esquecem que todos temos o dever de utilizar a prudência ao expor nossos sentimentos e que os que consideramos diferentes são seres humanos e que como tal merecemos respeito e direito a dignidade.

Além disso, é interessante perceber que ao falar sobre preconceito sejamos remetidos, quase que imediatamente, a homofobia ou ao preconceito racial. O que faz com que as discussões sejam rasas e altamente ligadas a crenças antigas, a religiões e ao senso comum onde as "leis" da sociedade se sobressaem ao direito individual de cada cidadão.

O importante em toda essa reflexão é entender que ninguém gosta de ser discriminado, rebaixado e menosprezado pelo outro, por ser MULHER, GORDO, MAGRO, CATÓLICO, ESPÍRITA, EVANGÉLICO, MUÇULMANO, HOMOSSEXUAL, JUDEU, DOENTE MENTAL, FEIO, BONITO, ÍNDIO, ANALFABETO, MORADOR DE FAVELA OU CIDADÃO DO TERCEIRO MUNDO.

Falando nisso, em qual dessas minorias você se encaixa?


Suzana Matias